segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Te confesso





Eu queria ir até aí te derramar palavra
molhar as tuas maçãs 
fazer de conta que é de lágrima
que se regam as incertezas
que é de carne e músculo
esse coração
que encostava no dela
até dias atrás
distraído
involuntariamente instável
pra amenizar
os ais secretos
e toda a falta de tato
deixar correr o tempo
bicho solto nos quintais
que é pra fazer de conta
pelo menos um dia
ou dois
que a gente tambem é livre
pra sentir o que quiser

e na hora de partir
que existe
como morte
que é certa mas sem previsão

não se partisse ao meio a menina

justamente porque
do alto do meu egoísmo
me jogaria
me ralaria
me cortaria
pra sarar
os joelhos dela

sopraria
dando tempo
ao tempo
sem dar ponto
métrica
vírgula


por isso e mais
queria ir até aí 
te vomitar enjôos 
que não são meus
te encher de bile os sapatos
pra 
quem sabe assim
talvez
(re)tirar reações jamais vistas
do teu universo de homem
bem vestido e sério
findar esperas 
que se tornaram minhas
sem querer.







domingo, 9 de fevereiro de 2014

Continuações variáveis do não entender.




O aborrecimento em estar viva, sem ter tido previsão ou convite  para vir até aqui, grita em todos os meus silêncios. Creio que desse aborrecimento, com o qual sou obrigada a conviver, só receberei sinais confusos. No pouco que tento descobrir me confundo, minha  intuição vazia de sentidos nunca foi de ajudar.

Com o peso dos dias ruins, na beira dos meus nervos, não há beijo que me cale, nem amor que me faça enternecer. Só o que resta é o egoísmo de saber ser e doer sem pausas.

O incômodo dará a entender ser a última aparição. Talvez me renda algumas páginas encharcadas do meu sal, muito provavelmente, nas situações inesperadas, vai me forçar a engolir o que sou e resolver, não  questionando ou alertando o eu sem gosto.

E continuarei provando insosa do cansaço
na agonia de caçar respostas.

Quantas vidas me serão impostas até enlouquecer?