sábado, 31 de outubro de 2009

E resta dúvida?



Tenho vontades constantes de ti.
Descobri logo cedo.
                
(faz tempo,já).


 .Talvez a pressa me faça descrente.
Mas minhas idéias não mentem.
Aliviam.

Dissestes certa vez que só eu
tinha este poder de mudar teu humor,
tuas vontades,planos
Que não querias mais conversas
sobre a nossa 'inconstância'.

(que diga-se de passagem tem sido uma constante por aqui)

Querias falar das coisas próximas,
da mesa posta,do nossos livros espalhados pela casa.
Do texto que acabei de escrever.
Do quanto é bom sentir um sabor de nós na minha cozinha.

Delicadamente entraríamos em assuntos
variavelmente particulares...
Sobre quanto tempo passou desde um dia 12.
Sobre o que vamos comprar pro jantar.
Falar sobre sentimentos nossos ,
intimidades nossas

(e sobre minha condição mútua de ser tua)


Os domingos são nossos ,
E os sábados ídem
(Só que pela metade devido a nossa falta de tempo).
Já que existe a nossa troca em quesito 'horário livre'.

Já pensei em me desfazer do 'nós'
mas é difícil arranjar lugar pra ele
(e talvez eu nem queira)



Nada de mágoas , e quem precisa delas?
Quero pegar sol.
Lamber sorvete de morango.

Quero jogar na valeta as más lembranças de nós.
Que por hora insistiram em me mostrar coisas tolas.
Queriam na certa me  rasgar por dentro
Invadir-me
Deixar doer.
Me deixar de cama com o despertador tocando às sete.
  
(De modo que não deixamos)

Enquanto só o que agora eu quero é ficar horas a fio
aproveitando a mim e a ti.

Acho apropriadíssimo,aliás*



quinta-feira, 29 de outubro de 2009

À tardinha.

Mas ela tem.
Na consciência que se estiver para sempre, infinitamente,
com os lábios meio esticados de um canto a outro,
a vida de todos ficará mais fácil.
E ela quer facilitar. Desmistificar.
Dar calmaria às relações, sejam elas quaisquer.
As noites são claras.
Os dias já têm suficiente dificuldade.
Tem pensado nas pessoas que são especiais e fugazes.
Nos momentos ternos e não eternos.
Sabe que algumas delas só devem durar o tempo necessário.
Curto.
Que esgotam.
Mas questiona- se e não sabe se é por saudade.
Invade.
De dúvidas. Tramas. Derrame de palavras levianas.
Ela destoa com a falta de fisicalidade. Gratuita violência.
Subestima a dor. Ignora-a.
E chega à conclusão de que realmente não serve para isso.
E que, realmente vale à pena.
E mais, que tem dado um valor às palavras,
tanto escritas quanto faladas, que nem sempre elas têm.
O valor é dela.
Que és incapaz de magoar um coração.
Responsabiliza-se pelo buraco vazio, pelo vago vácuo corpo ao lado.
Não quer enganar.
Projeta tudo, menos o olhar nos olhos dele.
Já os outros olham.
Sempre mais espertos, mais sabidos,
mais vividos, cheirando as dúvidas dela, a divagar.

Costura com vermelho as longas histórias,
e as vai vivendo por partes.
Ela sonhou em um dia narrar contos assim.
Usaram a fita métrica para medir o amor incondicional praticado.
Dentre os tecidos, linha e tesoura.
Moldes novos.

Fez fôlego.
Suspiro.
Foi tão doce que provocou arrepio.
Alívio.
E continuidade para aquela tarde intranqüila.

Pragmática, ela optou deixar por menos.




Ela já não sabe mais o que está vivendo.
Só.
Sabe que é intenso.
Como ela.

Com ela não poderia ser diferente.
Pertinente para quem a agüenta.
Duvida das dúvidas dele.
Mas é porque ela sempre soube muito bem o que queria.

É passado a confiança...

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Nada com nada.

2.000 metros nadando pra lá e pra cá divididos assim:

500 m – assuntos profissionais
500 m – pendências familiares
350 m – amigos
350 m – organizando o roteiro do que vai ser o dia
200 m – finanças
100 m – para assuntos do coração

Muitos dos meus problemas,
resolvo debaixo d’água em 40 minutos.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Boa noite.

Um breve parêntese:

(

 Noite de confusões, conclusões e conflitos.
Cabeça colorida e um tanto dolorida .
Um caos com soda cáustica.

Já amanheceu e eu vou colocar tudo na minha ordem.
Arrumar as prateleiras.
Colocar cada cor em seu devido lugar.
Acho que vou chamar o Dan de para ajudar.
Vamos organizar por data de uso, vencimento e convencimento.
Enquanto a Di me pára pra contar-me das novas
Ronny e Anna me servem de companhia.

Acho que minha real vontade é fugir para qualquer lugar.
Sabes que tenho pensado em sumir por uns tempos.
Sumir de nós.
Tomar uma pílula do esquecimento.
Dá para tomar uma por mim?
Faria isso se me amasse.

Aliás, falamos de amor esta noite.
E me contaram que meu amar nada tem haver com o deles.*


).

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Por Hoje.


Particularmente feliz,
afinal quem não estaria.

Se divertiu tanto que chega até a ser 'crime'.

Teve riso de nona,
café passado na hora,
Colo de tia.
 E em sequência risos de amigos ,
entrando e saindo pela porta da frente.

  (e o que mais poderia querer? )

        

De todo jeito.


De fato, tato e olfato ela entrou num mergulho interno.
Sem paladar.
Perdeu o gosto das coisas enquanto sua cabeça pensava
nas possibilidades mais absurdas de fuga.
Escondeu-se por entre as cortinas da sala,
mas os pés confortados em belos sapatos vermelhos denunciaram-na.
Ali!
Parada.
Há meses.
Se desfez no escuro.
Fluido. Fundo.
Um mar de lágrimas.
Pacífico.
Em seguida se pôs em movimento.
Perdeu-se.
Desconhecendo o caminho das águas.
Correndo de todo sentido, sem sentido algum.
Ora para esquerda, ora para direita, ora estática.
Chegou a rezar.
Pedir, suplicar por direção.
Enquanto se dirigia .
Era só tristeza.
Virou física.
Lhe doía.
As juntas, a cabeça, o peito.
Um aperto. Teve dores de barriga.
O nariz a soltar sangue, ainda esta manhã.
A respiração que nunca lhe fora fácil, piorara.
Faltou ar. Faltou fôlego. Faltou tudo.
Só a angustia transbordava.
E as palavras.
E o nanquim, tingindo o vazio de preto.
E os desenhos povoando seus sonhos.
Traçando com clareza novos planos.
Dando forma delicada aos seus medos, desejos, certezas e afins.

domingo, 25 de outubro de 2009

Ligação em série.






Uma pena.
Mas agradeço a mágoa.
Nada em especial com alguém tão especial.
Precisa de espaço.
E tempo. Mais tempo.
Não precisa de palavras delicadas.
Definitivamente nem as identifica.
Há mais.
Há sentir.
Sim.
Sente-se.
Só.
Não quero ter que te ensinar...

        [Nada demais. Era só TPM.]

sábado, 24 de outubro de 2009

Só para Constar.

De coração 'molenga'

Brincando de Estátua.

Percebeu que a vida
exigia uma certa dureza.

[E que todas as considerações foram reconsideradas.]

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Tipo isso.




Sou do tipo que está sempre tentando.
Tentando ser feliz, tentando escrever.
Tentando te encontrar, te compreender.
Tentando se organizar. Desenhar.
Vender. Planejar. Esquecer.
Sou do tipo que não sabe perder.
Que tenta, tenta, tenta
até que todas as possibilidades se esgotem.
Ou você fuja de mim.
Porque sou do tipo insistente.
Jamais abandono meu barco.
Eu afundo com ele.
Até porque, sou do tipo que sabe nadar.
Sou persistente. Resistente.
Tenho fôlego. Força. Tenho garra.
Faço graça e meu choro é só você quem vê.

Sou do tipo que acredita nos outros.
Que no fundo acredita nos sonhos. No nosso amor.
Que acha que tudo pode sim melhorar da noite para o dia.
Sou do tipo que não sabe do jogo.
Do seu, nem do dele, nem dela, nem de ninguém.
Que simplesmente não participa.
Que tenta driblar o cansaço.
Que tenta desviar dos fracassos.
Te ouvir com toda atenção do planeta.

Sou do tipo que sai para dançar e não dança.
Que fica ali no bar, conversando.
Tentando expressar-se diante do barulho.
Tentando respirar na fumaça.
Tentando manter o humor.
Tentado controlar a vontade de só ficar em casa.

Sou do tipo que não vai ao médico.
Que toma uns remédios por conta própria.
Que tenta fazer a dor passar.
Vivo tentando me auto-ajudar porque
sou do tipo que briga com o analista.
Que vive tentando fugir do que é óbvil.
Do que é rotina.
Tentando fazer diferente dia após dia.
Tentando melhorar.
Tentando até mesmo deixar de tentar.
Quando já não mais vale a pena.

Só o pó.

Exaustão.
Cheguei.
Depois de um mês buscando-a desesperadamente.
Então, agora será a hora do descanso sem paz.
Porque o corpo lamenta, mas não “guenta”.
Arde.
Chora.
Desordena.
Desonra.
Distorce.
Fragmenta-se em pedacinhos.
Em cacos afiados igual lâmina.
Lamentos.
Não levanta da cama.
Não dorme.
Não sonha.

Come sempre a mesma coisa que tem na geladeira.
Não sente gosto, nem cheiro, nem desejo.
Nem falta.
Não tem alta.
Não grita.
Nem fala alto o bastante que o faça ouvir os sussurros.
O corpo padece.
Mente.
Adoece.
E se entorpece com antibióticos da farmácia mais próxima.

O corpo agradece o descanso.
A trégua.
Mesmo sem paz.
Apático, quieto com pensamentos barulhentos.
Por todas as dúvidas de outrora.
Pela música de fundo que não há.
Por não existir mais nada além dele mesmo e as paredes do quarto encardidas do pó.
Que enche a vida dela.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Mas que Molenga


Deu-se conta de que na tentativa
de livrar-se da dor, endureceu.

E coração duro bate?

Padece.

E dói em quem?

Nela, tão só somente.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

A M O R


Tudo se lhe pode tirar e suprir,
menos isso,
já que é essa particularidade que a define.


Depois do jantar.


Ela sentiu-se leve.
Levemente rejeitada.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

+ Saudade de Arder.





Quero uma estória nossa.
Não quero ser evasiva.
Quero um início só meu.
Domingos na minha cama que dividiria com ele.
Divido meu sol. Meu edredom branco se preciso.
Os chocolates do criado mudo.
Quero dividir meu silêncio.
Meu suor e todos os travesseiros.
Quero passeios de mãos dadas.
Falar sobre os filmes que ele assistiu e eu não.
Contar-lhe dos livros que li.
Trocar.
Carinho no cabelo enquanto andamos.
Com ele eu teria coragem de viajar.
De vigiar nossos sonhos para que fosse um só.
De dizer as minhas verdades. Demonstrar as crenças.
Eu dançaria com ele.
Para ele. Na frente dele. Em cima da cama.
Faria drama só pra variar.
Causaria uma felicidade absurda.
Chamaria de meu amor.
Faria curativos. Carinho nas costas.
Cafuné.
Palavras doces no ouvido.
Passaria uma terça feira inteira na cama ao invés de trabalhar.
Contaria as pintinhas das bochechas (envergonhada).
Meus segredos.
Meus traumas de infância.
As últimas descobertas.
Todas as dúvidas. Todas as certezas.
Sorriria logo de manhã. Com os olhos.
Com a boca, beijaria os lábios teus.
Faria cabaninha com o lençol para
garantir um escurinho a qualquer hora do dia.
Não perceberia o tempo passar.
Me deixaria levar. Cuidar.
Não almoçar.
Faria um estoque de vinho.
Tomaria chuva no verão.
E no inverno, chocolate quente.
Café.

Ela queimou-se com ele.
E agora vai sentir + saudade de arder.

*não aceitou convites para sair de casa.
Está de pomada e DVD.

Penso, logo inexisto.



Não sei nada sobre o tempo.
Nada sobre o vento.
Nem sobre o ar seco.
Ou sua falta de ar.
Não sei nada além do que é preciso saber.
Sobre nós mesmos.
Que amor há.
E transborda-me aqui dentro,
como um copo cheio de leite fervendo pela manhã.

Nossos tormentos.
Madrugadas recém chegadas que eu não espero nunca,
porque gosto de passar meus dias com você.
Dormir me desencadeia de ti.
Me faz sentir medo.
Afinal, não sei nada sobre a vida.
Nem mesmo sobre sonhos sei.
Outro dia mesmo, te perguntei qual era o seu sonho.
Pois não sabia se tinha um.
Um sonho solo.

E a cada dia que passa, parece que desaprendo.
Desapego.
Não sei mais fazer planos.
Não sabemos.
Nada de dinheiro.
Não sei poupar, nem a ti, nem a ninguém que me cerca.
Não sei dos seus anseios.
Não sabemos de quem é a culpa.
Não nos importamos com a culpa,
mas nos livramos dela.
Não usamos armas de fogo, nem espadas, só palavras.
Assim, somos nossas próprias forcas.

Pensar me faz sumir a cada dia.
Me faz medir qual de nós perdeu mais desde o último verão.
Quem sorriu menos e fracassou mais.
Pensar me faz pensar mais a cada dia.
E pensar que posso morrer pelo cérebro e não pela boca,
sem fazer nada.
De mãos abanando, sem escrever, pensando só,
na minha cozinha que transformei em escritório
para sentir bem de pertinho a dor e delícia da frigideira.
Fritando.
Vou morrer de pesar.

entre amigos com amigos em volta:

_ Diga aí uma qualidade que você enxerga
nos outros que acha que lhe falta.
_ Ai Dan, está parecendo meu homeopata!
_ Diz aí Gi!
_ Ah tá, então vai! Queria ter menos força no amor.
_ Depois dessa, vou buscar uma cerveja...

domingo, 18 de outubro de 2009

a pena - sentença.

_Vamos deixar leve Gi.
Já é naturalmente difícil pela distância...
_Eu não sei ser leve.
_Mas tem que aprender.

Assim levantou a menina na manhã de quinta.
Levitou.
Disposta à mudanças.
Densa.
Pesando os prós e contras
do amor que carrega na cabeça.
Inventado.
Deu pena.

Pensa!

Quem pode, pode.
 Quem não pode, pede calma.

sábado, 17 de outubro de 2009

O Bolo.



Se tiver que partir.
Parta.
Só. Me deixe em pedaços miúdos.
E leve consigo qualquer resquício seu.
Tipo a faca.
Faça certo.
Pois se tiver de passar.
Passa.
E deixa-me uma caixinha de analgésico
em cima do criado mudo.
Outra de antitérmico e um
termômetro para eu medir a dor.
Se tiver de ligar.
Liga.
Disfarçadamente como se quisesse
saber de mim e não de você ao meu contato.
Se tiver de sumir.
Assuma.
Se tiver de fugir.
Corra o mais rápido que conseguir.
Se tiver de voltar.
Dê meia volta.
Se tiver de chorar.
Ora, não tem problema.
Se tiver dilemas.
Resolva.
Se tiver pó.
Faça um café e lembre-se do bolo de fubá.

friozinho por dentro

Atravessou a rua com uma ideia fixa.
Ser feliz.
Porque sente-se meio obrigada.
Desde pequena.
Aos quinze relembra,
a mãe questionou a falta de sorrisos dela
pela primeira vez. Depois só silêncio.
Foi nesta mesma época que passou a fingir.
Porque assim é que é.
Ser adulto é um pouco isso.
Também, parou pra pensar,
se não for feliz agora, quando será?

A insatisfação a acompanhou até
o outro lado da calçada.
Grudou nela o dia todo.

Incomodada.
Comemorou quando o dia terminou.
Feio, amargurado e triste.
Feito de um chuvisco previsivelmente chato.
Não foi nada emocionante.

Na volta para casa ela evitou olhar ao redor.
Já não queria mais nada.
Apenas a continuidade.
Mesmo que signifique isso.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Pragmatismos dela.

Sobre o amor:

 Acho que não sei conviver com mágoas antigas
 Prefiro dar a chance de outras pessoas me magoarem.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

s.




e ela bem sabe.

Coabitação Pacífica dos contrários.

Por favor,não me ligue
Por favor,não me esqueça
Por favor,não me aborreça,
não desista
Não insista tanto assim,é madrugada

Por favor,me chama
Me deixa
Me fala as verdades,as piores,as melhores
Inventa
Por favor,me perdoa
Me esquenta
Me faz amar
Odiar
Crescer
Por favor,tenta
Me mova
Remova todas suas coisas daqui

Por favor não volte
Não se arrependa
Não me maltrate
Não olha assim pra mim
Por favor me escuta
Não vá embora,ainda é cedo
Me deixe só se for pra sempre
Por favor,repense
Por favor me faça um favor qualquer.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Me desmisifica

Muitas tardes enumero meus defeitos para você.
Te mostro quão desvantajoso é estar ao meu lado.

Mas você não acredita...

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Ao telefone.

-Dá para tentar ser normal um pouco?

-Vamos tentar?

-Tenta daí que eu tento daqui.

-Faremos um teste.
30 minutos?

-isso.

-Te ligo daqui a trinta minutos para dizer como foi.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Destreza.


Estranhamente ela preferiu
ficar em casa
ouvindo discos e desenhando
Ao invés de sair para dançar com os amigos.

Estranhamente ela preferiu desfrutar
de uma fruta
Ao invés de comer um bombom
Com recheio artificial de morango.

sábado, 3 de outubro de 2009

-Mini Explanação

Chama-se aeroporto,
porque é lá que te encontro,e te perco.
Despenco e levito
Sorrio e fico meio muda
á te olhar
Oscilo
É lá que a menina-pena
percebe que não sabe voar
Pena...
Presa no ar.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Imagine...

Ela ama a idéia que faz dele.
 Ele ama as idéias que ela dá.

-Nada demais,só ela mesma.




Tinha vergonha de si,

mas isso foi antes.

Porque nunca havia se visto nesses ângulos.
Não desse modo
Tão simples.
  (faz tempo que acredita que tudo o que é simples é bom)

Ela pode tudo.
Ela não tem nada.
Nem ninguém.
Nem obrigações.
A única é ser feliz!

E se não consegue... Haja incompetência!

Por que estás triste?
Não há nada que te prenda aqui.
Ou, não se prenda por mim.

Ganhou uma prenda e não sabe o que fazer com ela.
Amarra-a ao seu corpo.
Transforma-se numa mulher bomba.
Explode e se espalha em milhões de pedacinhos pelo ar.

Difícil...

Respira fundo e recolhe seus cacos.
Mas não se cola.

Pra facilitar.



Quer uma mãozinha?
Meu coração? Está aí oh, bem no fundo.
Pode pegar!

Devolve meu braço?

Envolve minhas pernas?



Ela pode tudo.
Ela não tem nada.
Nem ninguém.
Arma-se de desejos, medos e pedras.
Um presente. Um embrulho no estômago.
Um abraço e um beijo fugaz nela mesma.

Sabor creme.

Leva uma âncora no bolso pra passear.
Mas a pobrezinha
não percebe que ninguém a vê afundar.

Afoga-se sozinha.

Te engasga de si.
O que te faz ir?
Por que não me faz rir?
O que te faz acordar, levantar, dirigir, trabalhar...
Filha, o que te faz desenhar?
Ler, estudar.

Não tem ninguém a lhe observar...

Não tem ninguém aqui.

Nem ali, nem lá.

“Estás só guria, é bom se acostumar.''
                 (Será?)

-Com fusões ,por favor.



Era rodeada de letras
De artigos
Do silêncio dela.
Das saudades da irmã.
De vontade de pisar na lajota fria
 (só pra sentir que já passou da hora de levantar).

É definitivamente cheia das vontades.

Lota mais uma caixa
(dessas de rascunho)
empilhadas na estante
Pelo terceiro andar da casa.

Fotos, papéis,moldes.

Cheia de si ela admite:
É veterana no quesito 'Paraíso próprio'
Afinal reinventa um todos os dias.
Trabalhando como redatora chefe.

Tendo livros,café passado na hora,
conversas com a nona
Manhãs ociosas 'raras' contigo
E alguns tecidos retógrados
Como pagamento
Pelas horas extras de sono.