segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Saudade derrama e faz limpar os olhos.







Eu sei, foram meses desde o ultimo contato.
Daqueles em que a gente sente a pele de perto, proximidade. 
Tato, olfato e paladar.

Eu quis expulsar toda aquela falta sua que havia , 
esquecer das tolices que fiz e da ansiedade que vinha 
e fazia o meu corpo inteiro ter fome de algo que não tinha nome 
mas eu desde o inicio parecia saber.

Me olha e me desnuda, me aceita e me recusa, 
sai correndo pra longe enquanto eu tento te alcançar. 
E depois de todo esse tempo me pergunta ''Por que agora e não antes?'', 
mas por céus entenda de uma vez, se eu desviei o caminho , 
foi por medo de te perder.

A verdade era que desde o inicio maquinava um modo de te guardar. 
Eu ficava horas ali parada, olhando pro teu nome 
lamentando ser aquela a única forma de te contatar.
Quis fazer algo e não me movia,
por não ter mais toda aquela coragem que eu costumava ter.
Tua ausência era corrosiva, corte lento de navalha fria, 
que eu nem sequer conseguia estancar.

Porque eu tenho marcas espalhadas por toda a parte,
um coração cheio de poços rasos, e acredite, 
fazia tanto tempo que não chovia em mim 
que até já tinha esquecido de como era se molhar.

Siga os pontos, não se perca no caminho, não repita esse ''talvez''.
Eu só precisava com urgência 
te fazer saber das coisas que eu não sei dizer,
e que ainda estão fervendo na minha cabeça 
como um café quente que acaba de sair.


Precisava me colocar em ordem. 
Me acalmar.
Como no dia em que descobri que meu corpo 
tem exatamente a forma do teu abraço.

Então leia, ao menos diga que vai tentar, é o que peço.
Porque se eu escrevo agora é na esperança de te fazer sentir.


Pode hesitar se quiser, 
mas no fim do dia me diga que vai ficar e nunca mais partir.
Porque o tempo inteiro 
é como se eu tivesse te enxergado debaixo de uma árvore
e de repente você tivesse saído, e tudo ficou mais claro.
Sem sombra alguma, sem sombra de dúvidas, eu podia enxergar.

E a melhor parte era quando resolvia esquecer os olhos em cima dos meus,
porque mesmo com medo do que me causava,
o mais importante era o fato de poder te ver.

Eu via bem mais além, e já não sabia me fazer parar.