sábado, 15 de outubro de 2011

Para além da tua pele.




Os olhos querem se fechar enquanto tua boca me fala.
Pra te imaginar por inteiro do outro lado da tela, do lado de fora de si.
Teu corpo que se precipita, tua pele, teus dedos que escrevem com pressa.
Letra por letra.
Soltando a agonia de se virar do avesso pra mim.
De se despir de toda a capa que o tempo te jogou por cima.

Então fica.
Me escreve com esse mesmo cuidado de agora.
Faz de conta que sou de aço e nunca chorei por nós dois.
Sou tua.
Você é meu.
Tira todo esse peso das costas.
Se sinta em casa bem dentro de mim.
Te quero sempre, te quero inteiro.
Sem correr o risco de te amar pela metade.

Te leio apenas.
Como quem toma palavra por palavra como se fosse água.
Como quem morre de sede pelo que ainda pode ser dito.
Como quem vive e morre de amor, todos os dias antes de o sol sair.
Pra queimar você.
Pra esquentar nós dois.