terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Armando assim, de confabulando.

Termino o ano amando.
A mando dos juros do cheque especial.
A mando do que a natureza resolver guardar pra nós.
Presa no trânsito.
Tomando chuvas de verão.
Termino 2009 amando quase tudo o que vejo 
através do vidro embaçado do carro.
Por onde passa o menino de rua e joga espuma 
mesmo que eu lhe implore que não. 
Não queria, mas obrigada por passar 
o rodo enquanto a cidade inunda.
O vendedor de mapas insistindo para que eu perceba... 
Estamos todos perdidos.

Termino o ano amando.
Você e tudo que vem junto contigo.
Observo.
É a primeira vez que me vejo assim.
A mando dos prazeres.
A mando do coração com razão.
Das lembranças que não consigo 
ou não quero apagar.
Dos medos.
Da violência.

Termino o ano aliviada por este estar acabando.
Sedenta por 2010.
Cheia de planos.
Com fé e pouca esperança.
Aguardando que a crise me apanhe.
Dando a cara à tapa.
Colecionando sardas.
Deixando o cabelo crescer.
Com novas cenas para desenhar e escrever.
Com coragem.
Transbordando sensações boas.
E sabendo que posso morrer de 
excessos a qualquer momento.

Fecho 2009 amando o teatro de nossas maneiras.
Delicada.
Aguardando você chegar pra te levar 
pra passar outros anos ao meu lado.
Até a gente ficar velhinho.
Até meu joelho enrugar.
A mando do que sinto, do que me despertas.

Termino o ano amando.
Dormindo pouco para dar tempo de fazer tudo 
o que eu achava que faria nestes 365 dias 
que passaram por mim rápidos demais.
Feliz por não estar triste.
Ciente de que passei por dias melancólicos 
em meados de agosto e que papai tinha razão 

ao alertar-me que “tristeza não paga dívida”.

Termino o ano reunindo as cartas que 
você me escreveu, repletas de preocupação, 

atenção e cuidados.
Com os amigos lá em casa.
Risadas.
Com a Anhinha, a irmã ‘siamesa’ mais velha 

ainda querendo mandar em mim.
E eu deixo.
Não deixa de ser um mimo.
Um homeopata na manga.
A família bem perto.
Nona esquecendo.
João descobrindo.

Acabo 2009 com mais dúvidas do que certezas.
Com saúde.
Saudade.
Cheia.
Pois estou amando.




Docemente indicados:



domingo, 27 de dezembro de 2009

A Peça Azul.






Não, ela não estava perdida. 
Talvez estivesse na nossa frente o tempo inteiro. 
Talvez não fosse a hora de encontrá-la (vai saber?). 
Porque o melhor do jogo é o desafio. É a busca. 
O sonho de ver nosso quebra-cabeças ali. 
Prontinho, como a imagem da caixa. 
Estou sendo prolixa demais? Me desculpe. 
Hoje acordei com vontade de escrever 
para aliviar tudo o que meu coração sente. 
Me entender um pouco. Desatar nós. 
Hoje eu acordei com saudades do amor, 
da peça final do meu quebra-cabeças. 
Da pecinha do meu quebra-cabeças que já se encaixou. 
Que me faz sorrir, em pleno dia de estresse. 
Sorrindo sim, porque encontrei alguém que me tem
 (Ou me detêm.) 
Alguém que deixa minha vida mais fácil. E mais difícil. 
Porque amar é assim. 
(E não adianta achar que amar é um mar-de-rosas.) 
Chega de contos de fadas. Vida real é muito mais gostoso.


Uma Palavra Interessante:




ruborizar : v. refl.,
envergonhar-se;
ter pudor.


Um Significado Interessante:




sorrir: v. int.,
dar esperanças;

ser favorável, favorecer;
mostrar-se prometedor;

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Nostalgie.






Ontem estava chovendo aqui. Roupa molhando no varal da vizinha.

Sono, cama gelada.
Escrevi para os fantasmas que sentam no canto do meu quarto, que dormem embaixo da cama, no fundo do copo, atrás do espelho, misturados ao pó dos livros.
em velhas fitas k-7, 1 2 3.... Discos

Releio coisas que me foram escritas pra forçar um choro antigo
Lembrar de um tempo bom ou ruim, lágrimas de.
Choro-mofo, de chumbo, de dados

Trocados
Melhor assim
Melhor o fim
Melhor jasmim
Melhor pra mim

Espero o sol apagar a luz para não ver o dia sair para lugar nenhum, amanhecer ninguém. Mais alem, dormir enfim.
eu deveria comprar almofadas novas ao fim de cada amor, ou começo.
(Almofadas virgens pra quando o amor vira espuma).

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

E se?



Se o toque do outro de repente for bom?
Bom, a palavra é essa.
Se o outro for bom para você.
Se te der vontade de viver.
Se o cheiro do suor do outro também for bom.
Se todos os cheiros do corpo do outro forem bons.
O pé, no fim do dia. A boca, de manhã cedo.
Bons, normais, comuns. Coisa de gente.
Cheiros íntimos, secretos.
Ninguém mais saberia deles se não enfiasse o nariz lá dentro,
a língua lá dentro, bem dentro, no fundo das carnes, no meio dos cheiros.
E se tudo isso que você acha nojento for exatamente o que chamam de amor?
Quando você chega no mais íntimo, No tão íntimo,
mas tão íntimo que de repente a palavra nojo não tem mais sentido.
Você também tem cheiros. As pessoas têm cheiros, é natural.
Os animais cheiram uns aos outros. No rabo. O que é que você queria?
Rendas brancas imaculadas?
Será que amor não começa quando nojo,
higiene ou qualquer outra dessas palavrinhas,
desculpe, você vai rir, qualquer uma dessas palavrinhas burguesas
e cristãs não tiver mais nenhum sentido?
Se tudo isso, se tocar no outro, se não só tolerar e aceitar a merda do outro,
mas não dar importância a ela ou até gostar, porque de repente você até pode gostar,
sem que isso seja necessariamente uma perversão, se tudo isso for o que chamam de amor.
Amor no sentido de intimidade, de conhecimento muito, muito fundo.
Da pobreza e também da nobreza do corpo do outro.
Do teu próprio corpo que é igual, talvez tragicamente igual.
O amor só acontece quando uma pessoa aceita que também é bicho.
Se amor for a coragem de ser bicho. Se amor for a coragem da própria merda.
E depois, um instante mais tarde, isso nem sequer será coragem nenhuma,
porque deixou de ter importância.
O que vale é ter conhecido o corpo de outra pessoa tão intimamente
como você só conhece o seu próprio corpo.
Porque então de alguma forma você se ama também. (Caio F.)

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Amor Contínuo.


Ame seus pais e seus irmãos.
Eles são a base de sua vida, seu chão e quem
com certeza vai sempre te ajudar.

Ame suas tias e tios, porque foram eles que
por muitas vezes zelaram seu sono,
quando você era apenas uma criança mimada.
Eu sei, não se lembra!
Mas você só vai entender o amor dos tios,
depois que seu primeiro sobrinho nascer.
Então, não perca tempo.

Ame!Seus primos e amigos por mais que eles
sejam completamente diferentes de ti.
Aceite-os.
Aceite-se.
Todo mundo tem defeitos.

E por falar neles...
Ame sua barriga, suas celulites e as tais estrias.
Elas indicam que sua vida está repleta de
prazeres gastronômicos.
Ame também seus quilos a mais,
porque se eles não existissem,
você jamais poderia comemorar a vitória de um dia perdê-los.

Ame seu cabelo do jeitinho que ele é.
E o seu armário...
Mude.Completamente.
Experimente coisas novas, outras cores.
Calças largas e calcinhas de algodão.
E não troque seu velho pijama por nada nesse mundo.
Ele é o seu companheiro de sonhos.

E é com aquele tênis feio e fora de moda,
com o formato exato dos seus pés,
que eu acho que você deve sair para
caminhar todas as manhãs.
Leve os cachorros.
Pra pensar.
Pra amar as coisas que estão do lado de fora.

Tarefa difícil.
Respire.

No fundo, procure outra pessoa para amar um tanto,
que de até vontade de se casar com ela.
Aliás, ame assim quantas pessoas quiser no decorrer da vida.
E case-se quantas vezes forem necessárias.
Não há nada mais complexo que o casamento.

Namore.
Não importa o sexo, nem a idade.
E não se preocupe com o tempo que a paixão vai durar.
Se gostem.
Se assumam.
Se curtam.
Se abracem.
Beijos.
Viagens.
E saiam para dançar sempre.

Tomem café da manhã juntos.
Fiquem o domingo inteiro na cama,
enquanto o mundo despenca numa chuva fria e fina.

E quando você achar que já amou demais nessa vida...
Tenha filhos.
Se não conseguir, adote.
Dizem que não há amor maior.
E eles vão crescer,
amando você e muitas outras coisas e pessoas.
Com sorte, você terá netos.
E dos seus netos, receberá mais tarde com muito orgulho,
o amor dos bisnetos...

Pois, o nosso amor é contínuo.
Para sempre.
E infinito.




Doces!

Um carinho doce á eles sempre :

http://antimonotoniah.blogspot.com/

http://fofocast.blogspot.com/

http://oquepensoagora.blogspot.com/

sábado, 12 de dezembro de 2009

É?


Evoluídos, capacitados, racionais, inteligentes?


-E há risco de apressarmos o fim das espécies... Icluindo-nos.



Nosso mundo é complexo, mas é irresistível apostar no trio poder, putaria e dinheiro.
Você já cresce dentro do sistema,
aprendendo que esse trio é o combustível perfeito para a liberação de serotonina.
E isso atinge todas as instâncias: do macro ao micro poder.
O dinheiro é o ícone maior de uma sociedade baseada na propriedade privada
( esse velho roubo que nutre a pança do sistema). 
Quem é que se lembra de diretos humanos ou não, quando se fala em lucro?
Já o poder, ou a posse dele, sendo o mais evidente. 


O poder que descamba na competição, na violência, no autoritarismo, 
na arrogância, no racismo, nos ''etceteras mil''.
Saudável agora só a putaria saudável, um amor com tesão,
pois o sexo que se mistura ao poder só favorece o 'sexo pelo sexo',
a subjugação, o assédio, o estupro, o machismo, o ciúme, a possessividade. 
Ou o sexo que é o da "dessublimação repressiva" da sociedade contemporânea.
Ou seja: você acha que tem liberdade sexual, 
mas na verdade sua "liberdade" é castradora,

estereotipada e que rende muita grana para a indústria pornô. 
Amor e sexo livres, em mútua concordância,
sejam quantos forem os parceiros e respeitemos 
também os solitários praticantes do "cinco contra um". 
E sejam quais forem as combinações... 
Mas que prevaleça a heterossexual, senão a espécie vai para o buraco.
Nossa suposta racionalidade é estúpida ao fazer com que a competição, 

falsamente livre, paute nosso modo de viver. 
O poder deve ser diluído, a célula máxima de organização 
deverá ser o mínimo na estrutura de administração social: a comuna.
Chega de "socialismo" sem liberdade, 

de Cubas, Coréias do Norte, URSS, Chinas... 
Chega de "democracia" fajuta, a democracia dos poucos, 
aquela que mal se disfarça de tão cínica e imperialista, como o grupo g-8. 
Chega de fascismos, nazismos, ditaduras, de esquerda e de direita... 

Chega dessas peripécias dos governantes!
Igualdade deve ser conjugada com liberdade, com democracia direta, educação livre e igualitária para todos, sistemas de assistência social eficientes, cidades menos reféns dos automóveis e de sua fumaça escrota... Projeto de longo prazo, sem dúvida. 

O fundamental seria resgatar a atitude dos sábios orientais, 
readaptá-la a nosso ambiente. 
Devemos começar a revolução interior, no caminho da autodisciplina, 
no sentimento de ligação com o todo, na Terra sendo vista como Gaia, 
organismo vivo do qual somos um tipo de apêndice. 
Não somos os donos de tudo!
 

Como começar isso? Eu não vou entrar nisso agora.
Sem dúvida o momento é 'escroto' pelo seguinte: 

a maioria tá satisfeita sendo gado, sendo alienado... 
Ou tá muito fodida, ou tá pouco se fodendo, 
ou tá ganhando dinheiro com essa porra, ou é filho da puta mesmo, 
ou gosta de ser fascista porque tem orgasmo com isso.
No momento eu caio de cabeça nas zonas autônomas temporárias, 

me cerco de gente cabeça boa, 
procuro me envolver em coisas que excedam o espaço do meu umbigo. 
A contra cultura não é sinônimo de silêncio. 
Muito pelo contrário! A propaganda e a ação,por mínimas que sejam,
vão continuar porque os conceitos estão colonizados 
pelos significados que favorecem o sistema. 
O embrutecimento de bilhões está garantido 
por um sistema de educação propositalmente esculachado. 
'Eu finjo que ensino, você finge que aprende'.
 

As únicas coisas bem socializadas são as porradas de cacetete e a miséria. 
Quem deforma é a estupidificação via satélite,
é a manutenção do estágio zé-povo... 
Daí que ouço um cara no ponto de ônibus, dizendo a clássica:
"Bão era no tempo da ditadura!"

então faz endurecer e senta nela...

eu tô fora.


*Desculpem se pareço grosseira ,mas sinto revolta
com determinadas situações,precisava escrever senão
acho que iria explodir.