Vem , chega mais perto. Me arranha, se encosta em mim. Me consome e depois some do mapa como de costume. Assim é agora e foi todo o sempre. Na ilusão do que é hoje ou do que era ontem, sem previsão de tempo ou conjugação de palavra você vem e me gasta cada vez mais, até não sobrar nada, até que não reste qualquer caco de mim que te corte e te cause algo, te provoque espasmos e te faça sangrar.
Eu ainda espero em silêncio. Resposta de pedra, feito aquelas que você jogava na minha janela tentando me fazer acordar. Quebrando alguns vidros, estilhaçando todos os elos, gritando meu nome bem alto, me dizendo qualquer bobagem nunca dita.
Eu ainda espero em silêncio. Resposta de pedra, feito aquelas que você jogava na minha janela tentando me fazer acordar. Quebrando alguns vidros, estilhaçando todos os elos, gritando meu nome bem alto, me dizendo qualquer bobagem nunca dita.
Tome, leve essa dor com você. Nada mais me faz enganar, nem esses seus olhos rasos de promessa, porque eu sei que não se demora, cê vem e me atiça, provoca uma sede que nunca finda e me faz querer chorar aquele choro preso louco pra querer sair e te buscar onde estiveres, interrompido de soluços, ininterrupto de saudade.
Não me venha com essa. Não gaste todas as mentiras antes do jogo acabar, guarde-as no bolso, ouça o que eu digo. Retire esse pó , bata os pés antes de entrar em mim. Eu finjo algum ronco, de olhos cerrados pra não te ver sair. Nada mais dá pé pra nós, fim da linha. Vai, apaga essa luz antes de ir mas não deixe que o vento tranque todas as portas.
Não perca mais tempo menina, não me faça ferida. Vai logo te embora.