Eu queria ir até aí te derramar palavra
molhar as tuas maçãs
fazer de conta que é de lágrima
que se regam as incertezas
que é de carne e músculo
esse coração
que encostava no dela
até dias atrás
distraído
involuntariamente instável
pra amenizar
os ais secretos
e toda a falta de tato
deixar correr o tempo
bicho solto nos quintais
que é pra fazer de conta
pelo menos um dia
ou dois
que a gente tambem é livre
pra sentir o que quiser
e na hora de partir
que existe
como morte
que é certa mas sem previsão
não se partisse ao meio a menina
justamente porque
do alto do meu egoísmo
me jogaria
me ralaria
me cortaria
pra sarar
os joelhos dela
sopraria
dando tempo
ao tempo
sem dar ponto
métrica
vírgula
por isso e mais
queria ir até aí
te vomitar enjôos
que não são meus
te encher de bile os sapatos
pra
quem sabe assim
talvez
(re)tirar reações jamais vistas
do teu universo de homem
bem vestido e sério
findar esperas
que se tornaram minhas
sem querer.