quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Só o pó.

Exaustão.
Cheguei.
Depois de um mês buscando-a desesperadamente.
Então, agora será a hora do descanso sem paz.
Porque o corpo lamenta, mas não “guenta”.
Arde.
Chora.
Desordena.
Desonra.
Distorce.
Fragmenta-se em pedacinhos.
Em cacos afiados igual lâmina.
Lamentos.
Não levanta da cama.
Não dorme.
Não sonha.

Come sempre a mesma coisa que tem na geladeira.
Não sente gosto, nem cheiro, nem desejo.
Nem falta.
Não tem alta.
Não grita.
Nem fala alto o bastante que o faça ouvir os sussurros.
O corpo padece.
Mente.
Adoece.
E se entorpece com antibióticos da farmácia mais próxima.

O corpo agradece o descanso.
A trégua.
Mesmo sem paz.
Apático, quieto com pensamentos barulhentos.
Por todas as dúvidas de outrora.
Pela música de fundo que não há.
Por não existir mais nada além dele mesmo e as paredes do quarto encardidas do pó.
Que enche a vida dela.

7 comentários:

  1. Os seus textos são demais!!!!! Incríveis! Encher a vida de pó... é o que resta, não?

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  2. Liindo texto ~*
    "O corpo padece.
    Mente.
    Adoece.
    E se entorpece com antibióticos da farmácia mais próxima." <~Adoreii
    Bjoo =*

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  3. Adorei! De verdade, adorei. Ultimamente eu tenho escrito muito poesia, ou então, coisas que apenas rimam. Estou adorando esse meu 'vício' agora.
    E adorei ver que você escreve também! Por isso agora estou lhe seguindo! Beijinhos!
    Postei algo novo no meu blog. Se quiser ir lá dar uma olhadinha... sempre será bem-vinda.

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  4. Lindo, adorei muito.
    Tu escreves maravilhosamente bem.
    Vou te seguir certo? Beijão e bom resto de semana ;*

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  5. Muito bom o texto, adorei ;)
    Obrigada pela visita!!
    Estou te seguindo! :D
    Beijoos ~

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  6. Este comentário foi removido pelo autor.

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  7. mas viver é se desfazer e refazer-se, rsrsrs
    bons dias

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