segunda-feira, 26 de outubro de 2009

De todo jeito.


De fato, tato e olfato ela entrou num mergulho interno.
Sem paladar.
Perdeu o gosto das coisas enquanto sua cabeça pensava
nas possibilidades mais absurdas de fuga.
Escondeu-se por entre as cortinas da sala,
mas os pés confortados em belos sapatos vermelhos denunciaram-na.
Ali!
Parada.
Há meses.
Se desfez no escuro.
Fluido. Fundo.
Um mar de lágrimas.
Pacífico.
Em seguida se pôs em movimento.
Perdeu-se.
Desconhecendo o caminho das águas.
Correndo de todo sentido, sem sentido algum.
Ora para esquerda, ora para direita, ora estática.
Chegou a rezar.
Pedir, suplicar por direção.
Enquanto se dirigia .
Era só tristeza.
Virou física.
Lhe doía.
As juntas, a cabeça, o peito.
Um aperto. Teve dores de barriga.
O nariz a soltar sangue, ainda esta manhã.
A respiração que nunca lhe fora fácil, piorara.
Faltou ar. Faltou fôlego. Faltou tudo.
Só a angustia transbordava.
E as palavras.
E o nanquim, tingindo o vazio de preto.
E os desenhos povoando seus sonhos.
Traçando com clareza novos planos.
Dando forma delicada aos seus medos, desejos, certezas e afins.

11 comentários:

  1. Procurando dar formas aos meus sentimentos tbém .../* liindo texto - como sempre
    Bjoo =*

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  2. o mar que oscila na alma, eleva o corpo, mistura sentidos e sonhos e enrola o espírito em mergulhos de emoção.

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  3. Adoreii o textoo...muitoo lindoo!! ^^

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  4. Estou pintando com nanquim minhas certezas...

    =*

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  5. Me lembrou o trecho de um livro que li esses dias =O
    ;*

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  6. lindo texto
    preciso do caminho certo também.
    beijos

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  7. as cortinas da sala tem escondido o resto de pó que sobrou das corridas anteriores. e de todos os sonhos que foram se desfazendo lentamente.
    só espero que não encontrem tão rápido assim :x

    belíssimo texto.

    ;*

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  8. Puta pode crer, bacana esse texto, boa poetiza a senhora

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